Anderson Brasil - Consultor em Desenvolvimento Humano e Comportamental na Thomas International Brasil
Confira a jornada de 20 anos de um entusiasta da análise de perfil na Thomas, e descubra os desafios e conquistas que marcaram sua carreira dedicada ao desenvolvimento de pessoas.
Conte um pouco da sua história com a Thomas.
Entrei na Thomas em junho de 2002 e logo percebi que estava em uma empresa diferente. Considerando que o DISC chegou no Brasil em 1993, ainda era novidade para muitas empresas o PPA e o DISC. Entrei na empresa como gerente de contas. Minha função era prospectar, agendar, visitar e vender as soluções da Thomas que na época consistia em oferecer o PPA e construir perfis de cargos via HJA. Como eu não tinha nenhum conhecimento sobre RH ou gestão de pessoas, minha entrada nas empresas era via área comercial. Não demorou muito para o RH tomar a frente dos projetos de análise de perfil. Por isso, precisei estudar os instrumentos da Thomas e temas relacionados a recursos humanos. Para isso eu participava de todos os seminários, e fiz isso durante anos. Me ajudava a entender as ferramentas e a entender como as empresas percebiam o PPA, pois nos seminários eu interagia bastante com os participantes e entendia como eles usavam os instrumentos.
Desde então vi o mercado mudar, o DISC se popularizar, a Thomas se tornar referência na utilização do DISC e o PPA se tornar o melhor instrumento de análise de perfil do mercado.
Tive duas tentativas de saída da Thomas, atuando como consultor independente, mas sempre me relacionando com a Thomas. Enfim, foi uma separação que não deu certo.
Voltei e criei uma unidade de negócios focada em treinamento e desenvolvimento comportamental. Até então ninguém considerava o DISC como instrumento para desenvolvimento e treinamento. Acredito que criamos esta cultura aqui no Brasil, pois passamos a entender como usá-lo para diagnosticar necessidades de treinamento, definimos temas a serem treinados que ajudam a desenvolver características DISC e passamos a usar o PPA como ferramenta de sensibilização por meio de devolutivas, sempre como ponto de partida dos programas de treinamento.
Na sequência assumi os treinamentos de formação de analistas Thomas e estou nesta função há alguns anos. Ao longo deste tempo, tive a oportunidade de conduzir projetos em mais de 400 empresas e de ter ajudado mais de 8 mil pessoas a entenderem sobre o DISC, sobre o PPA, bem como a melhor forma de usar os instrumentos Thomas.
Você passou os últimos 20 anos da sua carreira com a Thomas, o que o levou a ficar tanto tempo?
Sou entusiasta de temas relacionados a análise de perfil e suas variações. Por conta disso, ao longo do tempo, procurei aperfeiçoar a análise. Me aprofundei em PNL, hipnose clássica e ericksoniana, além de ter estudado análise de linguagem corporal e microexpressões. Percebi que se usar o DISC como ponto de partida nos processos de desenvolvimento, todas as técnicas são beneficiadas, dando a possibilidade de usar todo o potencial de cada uma delas no auxílio daqueles que necessitam.
Além disso, uma das coisas que mais gosto neste trabalho é a possibilidade de estar em contato com empresas de segmentos, tamanhos e culturas diferentes. Em um primeiro momento, um desavisado pode concluir que não existe novidade sobre as empresas e suas demandas. Mas há! Cada projeto, cada demanda, cada cultura tem a sua particularidade e ao perceber isso, é um aprendizado diário.
Outro fator é o propósito que sempre enxerguei neste trabalho com a Thomas. Posso afirmar que de todas as pessoas com quem tive contato ao longo deste tempo, notei algo que sempre me assustou: aproximadamente 70 a 80% das pessoas que conheci, estavam insatisfeitas com seu trabalho. E nesta caminhada pude notar que o principal motivo é que elas não sabem quem elas são. E pude ver possibilidades se abrirem às pessoas quando elas passavam a entender o mínimo sobre elas. É impossível alguém ser feliz estando insatisfeita com seu trabalho. Acredito que este trabalho possibilita isso às pessoas.
O que você considera mais importante em relação aos treinamentos da Thomas e o que vê como a sua maior conquista como Trainer?
Acredito que consideramos e respeitamos a todos. Temos por princípio ajudar as empresas a tomarem melhores decisões sobre pessoas. Para isso, procuramos ajudar a todos os participantes de nossos treinamentos a utilizarem corretamente os conceitos e as ferramentas. Eles são nosso foco de atenção. Com este intuito, procuro fazer um exercício em cada treinamento: faço como se fosse o primeiro treinamento, abstraindo os anteriores, assim consigo colocar atenção plena naquele grupo.
Quais foram, na sua opinião, os maiores desafios na área de T&D durante sua carreira?
Quantificar o ganho em treinar e capacitar colaboradores. Os RH’s tiveram, e alguns ainda têm, dificuldade em fazer o clássico ROI de treinamento, de forma objetiva. A maioria, quando faz, demonstra um resultado mais filosófico do que financeiro.
Quais desafios você acredita que os profissionais de RH terão no futuro?
Conciliar tecnologia da informação com gestão de pessoas. Muito se fala sobre People Analytics e BI em RH, mas não há aprofundamento. Uma das coisas mais fáceis hoje em dia é usar dados para justificar crenças e predisposição. Usar tecnologia, seja ela qual for, de PPA a Chat GPT sem cuidar do popular viés inconsciente, é fracassar com sofisticação.